quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

COMO VAI SEU CORAÇÃO

Recentemente um amigo manifestou preocupação com a recente repetição de incidentes de saúde entre nossos conhecidos. Estes incidentes foram da área cardiovascular. Em virtude da preocupação manifestada me sinto na obrigação da fazer alguns comentários.

Em primeiro lugar, as manifestações ocorridas não são um “privilégio” de nosso grupo de amigos. Apenas reflete o que ocorre na população geral, no mundo todo. A chamada “síndrome metabólica” é resultado da modernidade, na qual combinamos PESO ELEVADO, SEDENTARISMO e TABAGISMO. Temperados com estresse, temos a receita certa para transformar nosso coração em uma bomba relógio.

Mas evitar outros eventos entre nós? A receita é simples: mudar hábitos de vida! A primeira coisa a ser feita é procurar um bom clinico geral ou cardiologista e fazer sua avaliação, que deveria ser anual. DUVIDO que a sua esteja em dia! Há diversos estudos mostrando que os homens são negligentes com sua saúde. Basta observar a cintura abdominal de alguns (mesmo os jovens). Para quem não sabe, cintura abdominal acima de 95 cm no homem e 80 cm na mulher é um importante sinal de risco.

Nesta consulta serão avaliados peso, hábitos alimentares, capacidade cardiorespiratória e realizaremos alguns exames laboratoriais, os quais eu torço sempre para estar bem alterados. A pior coisa que pode acontecer, para um individuo acima do peso, sedentário e fumante, é os exames estarem normais, pois este não corrige seus maus hábitos.

Depois desta avaliação sua receita será: comer melhor, fazer atividade física, parar de fumar e beber menos. MOLEZA!

Vamos tentar resumir, em alguns passos. Primeiro: atividade física. Não precisa correr uma maratona. Cinqüenta minutos de caminhada, quatro vezes por semana, já esta de bom tamanho. A caminhada tem que ser continua e em um ritmo que canse um pouco.

Segundo passo: corrigir a alimentação. Bastante verdura. Pouca carne vermelha. Pouca fritura. Frutas duas ou três vezes por dia. Fazer cinco a seis pequenas refeições por dia e não duas imensas. Não encher demais o prato e não repetir. COMER DEVAGAR.

Com estas duas simples mudanças de hábito, teremos uma redução dos riscos de eventos desagradáveis para todos nós. Ah! Não esqueça de ir ao médico uma vez por ano.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OBESIDADE INFANTIL: QUANDO COMEÇA

Um recente estudo de uma universidade americana chegou à conclusão que a obesidade começa na infância. No estudo, 50% dos indivíduos estudados se tornaram obesos antes dos dois anos de idade e 90% antes dos cinco anos. Ou seja, em uma fase da vida na qual alguém os alimenta.

O estudo não tenta explicar os motivos, mas a experiência mostra algumas razões. A primeira é o desmame precoce. Sabe-se que a criança alimentada com leite materno engorda menos que aquelas que usam mamadeira.

O leite materno é o único alimento necessário até os seis meses de idade. A introdução precoce de outros alimentos é outro fator. Principalmente se estes alimentos forem muito calóricos, como os refrigerantes e guloseimas.

O hábito de engrossar a mamadeira também tem forte influência na formação dos obesos. Os pais não se conformam com as mamadeiras (que eles julgam) “ralas”.

Achar que a criança deve comer sempre um pouco mais, faz com que alguns pais façam aquele aviãozinho, para empurrar um pouco mais de comida, criando o hábito de comer além do necessário. Se a criança necessitasse de mais comida ela não pararia de comer.

Ceder quando a criança quer trocar o almoço por uma guloseima ou quer comer aquele salgadinho na hora do lanche também ajuda na criação desta geração obesa, que surgir e crescer.

Assim, algumas dicas:

1- Amamente seu filho.
2- Se for obrigada a usar mamadeira não “engrosse” o leite.
3- Não acostume seu filho com guloseimas.
4- Aprenda a dizer não para seu filho.
5- Não deixa a criança “beliscar”.
6- Não ceda ao “não gosto”.
7- Não faça brincadeiras para a criança comer.
8- Não substitua as refeições.
9- Evite monotonia alimentar.
10- Estimule-o a praticar atividade física desde cedo.

E O MAIS IMPORTANTE: DÊ EXEMPLO.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

“VOSSOS FILHOS NÃO SÃO VOSSOS FILHOS”

Os da minha geração devem lembrar do livro “O PROFETA”, de Gibran Kahlil Gibran, conhecido entre nós como Kalil Gibran, libanês de nascimento, radicado nos EUA.

Neste livro, o tal profeta fala das coisas da vida. Uma passagem me marcou muito, tanto que lembro dela hoje. Justamente a que fala dos filhos. Eu mantinha um quadro, no meu primeiro consultório com este texto.

Segundo a história, em dado momento “uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos." E ele falou:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.”

Minha pretensão era comentar o poema (acho é um poema!?), mas precisa ...

“O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO”

A frase do título, atribuída (e negada) a Charles de Gaulle, causou furor nacionalista quando foi publicada. Mas o que poderíamos dizer de um país em que são elaboradas, publicadas e divulgadas leis que não são aplicadas. Exagero? Absurdo?

Vejamos um exemplo: Lei Seca! Só uma observação: Ubatuba. Praia Grande. Um final de semana de janeiro de 2010. Seis horas da tarde. Milhares de “criminosos” dirigem seus carros impunemente. Ah! Eu estava a pé!

Outro: Perde-se tempo exagerado discutindo se homossexuais podem ou não servir às Forças Armadas, transformando uma questão de cunho pessoal (opção sexual) em caso de segurança nacional. Pior. Julga-se a capacidade de dois oficiais generais por apenas uma questão pontual. Preconceitos de ambas as visões!

Terceiro e motivo principal desta postagem. Uma lâmpada do poste em frente à minha casa esta queimada. Isto sim é um problema de segurança pessoal e familiar. Hoje é domingo, sete de fevereiro de 2010. Tento ligar para a 0800 da bandeirante desde quinta à noite. Liguei dezessete vezes (contei!). Toda vez recebo a informação (gravada) que o tempo de espera será de mais de dez minutos!!!! Acabei de tentar novamente. Domingo, às 13h e 25 min. “O tempo de espera será ....”. De novo a mulherzinha fala comigo. Pode? A Lei do Call Center permite?

Mas o que tem a ver com a seriedade desta grande e prospera Nação? Tem que as Leis são feitas com conotação politiqueira, para manter alguns sob os holofotes da mídia e conseguir uns votos na próxima eleição. A Lei Seca! A Lei dos Call Center! Têm aplicabilidade? São praticáveis do ponto de vista administrativo? Só para constar: concordo com as duas! Tenho dúvidas das intenções do legislador, mas isto é outra história!

Só para lembrar: esta mania de leis inaplicáveis e politiqueiras vem desde a imensa constituição cidadã, começando pelo artigo 196, no qual esta claro que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômica que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Ainda para constar: concordo, obedeço (sempre que posso), já li inteira (a Constituição) e até consulto às vezes, mas que é complicada e extensa demais isto acho que é!

PS.: Acabei de tentar uma queixa no Procon, por meio eletrônico. Encaro esta mensagem: Atendimento Eletrônico
Por um problema técnico este serviço está temporariamente suspenso.


PODE?????????

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A LÓGICA DOS PLANOS DE SAÚDE

Os planos de saúde envolvem três grupos de interessados: as operadoras de planos de saúde, os prestadores de serviço (profissionais de saúde, clínicas, laboratórios e hospitais) e os clientes. Um quarto grupo seria a agência reguladora, a ANS, que não participa diretamente da operação.

O relacionamento entre os três principais grupos envolvidos tem sido cercado pela mais completa animosidade. Os clientes acham que pagam caro (é verdade) por algo que deveria ser gratuito (“...dever do Estado...”). Os prestadores acham que recebem pouco (outra verdade). As operadoras juram que atuam no limite de suas possibilidades (mais uma verdade absoluta). Complicado? MUITO!

Para tentar entender este imbróglio vamos analisar algo básico: QUAL É A LÓGICA DOS PLANOS DE SAÚDE? COMO FUNCIONA (ou deveria funcionar) UMA OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE? Vou iniciar explicando a lógica financeira.

Uma operadora de planos de saúde é uma espécie de gestora dos recursos financeiros de um grupo de pessoas que se cotizam para ter acesso a algo que o Estado é incapaz de suprir a pleno: SAÚDE. Uma observação: a maioria confunde saúde com assistência médica. São complementares, mas diferentes. Mas isto é outro assunto. Voltando à “cotização”.

Quando é paga a mensalidade (salgada) de um plano de saúde, este recurso irá se juntar às demais mensalidades dos outros clientes e formará um montante a ser utilizado por quem precisar, naquele momento, naquele mês, naquele dia. Como em um consórcio.

Notem que a lógica não é a mesma da poupança. O valor que eu pago será utilizado por uma outra pessoa. Não vai sendo guardado, acumulando, para eu usar um dia. Assim, a frase muito ouvida “paguei a vida toda e agora quero usar” não se aplica aqui. As mensalidades que você pagou no correr do tempo, já foi usada para cobrir despesas de outra pessoa. Seu dinheiro já era. Quando você usar um recurso médico, a operadora irá pagar as despesas com o dinheiro pago naquele momento pelos demais clientes. A principal obrigação da operadora é administrar estes recursos com competência, honestidade e transparência.

Existem outros aspectos da operação de planos de saúde, que abordarei em futuros artigos.