segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O PALHAÇO E O MACACO

Quem é do Rio de Janeiro deve lembrar do macaco tião. Era eleição para prefeito. Doze candidatos. O macaco tião, um chimpanzé do zoológico do Rio, teve sua candidatura lançada como uma piada. FOI O QUARTO COLOCADO. 400.000 VOTOS. Lógico que não valeram. mas, foi parar no Guiness, como o chimpanzé mais votado do mundo.
Uma grande piada.
Em 2010, o Deputado Federal mais votado, foi resultado de uma piada? Ou não? Será que ele representa o que é o BRASIL? Será que ele nos representa? Este Senhor teve o dobro do número de votos que um Professor Universitário, que já foi Secretario de Cultura do maior estado do País! O segundo mais votado do Brasil é suspeito de corrupção. Só conseguiu se candidatar por meio de uma liminar.
Pena que o macaco Tião morreu em 1996. Será que ele desbancaria estes dois? Lembro que na época do Tião escreviamos na cédula o nome do candidato. A pergunta que fica é: elegeram o palhaço por palhaçada ou por ser ele representivo? Nas duas situações o caso é grave! O pior: ele não foi apenas eleito. Foi o mais votado do País.
Deste jeito espero qualquer coisa para o segundo turno.
Ah! Quando o macaco Tião morreu foi decretado luto oficial no Rio de Janeiro. O Prefeito era o Cesar Maia.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O FUMO, A BEBIDA E A CADEIRINHA

Cigarro, álcool e cadeirinha? O que tem a ver estas três coisas? As três estão previstas em lei. As duas primeiras proibidas e a terceira obrigatória. A Lei Anti-Fumo pegou. A do álcool, não. E a da cadeirinha? Vai pegar?

Porque uma “pegou”? Pegou pois tem fiscalização da população. Sempre tem algum não fumante para reclamar ou denunciar.

A da bebida só funciona onde houver fiscalização permanente. E onde não há vigilância? Bom, basta passar uma tarde de verão na Praia Grande em Ubatuba.

E a obrigatoriedade da cadeirinha nos carros? Vai pegar! Só se houver fiscalização. E é importante? Muito. Tanto que eu já usava com meus filhos, bom antes de ser lei. Já era uma orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria há muito tempo.

Espero que haja conscientização de todos no sentido de que com seu uso muitas lesões e óbitos poderão ser evitados. Sou um pouco pessimista, pois até o uso do cinto de segurança no banco traseiro ainda é uma dificuldade.

Destaco o papel dos profissionais de saúde, que não devem só falar, mas dar exemplos com atitudes coerentes.

ARROGÂNCIA

Todos conhecemos pessoas que julgamos ou rotulamos como arrogante. Por definição “arrogância é o sentimento que caracteriza a de falta de humildade”.

Dito desta forma parece não ser nada demais, porém o individuo arrogante perde a noção de suas limitações, de seus defeitos. Desta forma julga saber mais que todas as outras pessoas. Considera suas opiniões mais importantes, mais lúcidas que as dos outros. Com esta postura, cria uma barreira ao aprendizado. Não escuta (ou escuta, mas não ouve). Seu comportamento beira a soberba (um dos sete pecados capitais). Ou seja são pessoas que “se acham”.

O contrário da arrogância é a humildade, virtude para diversas religiões, principalmente a católica. Ser humilde abre as portas do céu. Ser humilde (e demonstrá-lo) seria um sinal de qualidade humana.

Bom! Nem tanto nem tão pouco. Às vezes devemos moderar nossa humildade, assim como não devemos ser arrogantes o tempo todo. A moderação é a auto-estima, dosada com uma pitada de autocrítica e bom senso.

Quem tem sua auto-estima em alta sabe reconhecer as próprias qualidades (e, quando necessário, as demonstra!). Isto é sinal de lucidez. Reconhecer suas limitações (e não deixá-las em evidência) é indício de inteligência.

No conjunto significa que somos capazes de aprender e evoluir, como pessoa, seja nos relacionamentos, seja profissionalmente. Significa que não será passado para trás, nem deixará de ouvir (OUVIR!!!), inclusive opções diferentes das suas.

“Ah! Eu sou assim!” Mentira! Poucas pessoas são assim! Para ter a justa medida entre humildade e arrogância é necessário maturidade, inteligência, bom-senso e, principalmente, HUMILDADE.

OBS.: Os adolescentes, de um modo geral tem postura arrogante, porém esta faz parte de sua evolução, desta fase da vida, que chegará na dose certa com a maturidade.

Mauricio Lobosco Werneck

sábado, 24 de julho de 2010

Obesidade Infantil

Acabei de chegar de um programa de rádio cujo tema foi OBESIDADE INFANTIL! Houve uma importante interatividade com os ouvintes, que enviaram diversas perguntas. Chegando em casa lembrei que eu ja havia postado algo sobre o tema. Este artigo data de cinco de fevereiro deste ano.
Para resumir, reproduzo abaixo algumas dicas para prevenir a obesidade infantil:

1- Amamente seu filho.
2- Se for obrigada a usar mamadeira não “engrosse” o leite.
3- Não acostume seu filho com guloseimas.
4- Aprenda a dizer não para seu filho.
5- Não deixa a criança “beliscar”.
6- Não ceda ao “não gosto”.
7- Não faça brincadeiras para a criança comer.
8- Não substitua as refeições.
9- Evite monotonia alimentar.
10- Estimule-o a praticar atividade física desde cedo.

domingo, 30 de maio de 2010

SOBRE A SUSTENTABILIDADE

Muito se tem falado e publicado sobre sustentabilidade ou gestão sustentável. Vou dar uma opinião pessoal sobre o assunto. Opinião esta bastante simplista. Sustentável é algo que tem durabilidade e permite que tudo a sua volta também seja durável, com qualidade. Exemplo: uma empresa que tem lucros enormes, porém polui, desmata, remunera mal ou mata a concorrência, não se encaixa no conceito de sustentável.

Empresas são seres vivos: nascem, crescem e morrem. Algumas têm um ciclo de vida bastante curto. Outras são longevas. Qual o motivo desta diferença? Continuemos comparando as empresas com os seres vivos, especialmente com o ser humano.

Para termos vida longa e saudável dependemos de atividade física, alimentação adequada, relacionamentos saudáveis, exames preventivos periódicos, entre outras coisas. Outro importante fator é a adaptabilidade, seja ao ambiente seja às mudanças decorrentes do passar do tempo. Com a idade devemos desenvolver novos hábitos, de acordo com o envelhecimento de nossos órgãos, certo?

As empresas também devem cuidar de sua saúde, por meio de exames periódicos (controle internos e auditorias), administrando as mudanças ambientais (mercado) ou internas, quando seus órgãos (funcionários e máquinas) apresentam mudanças.

Acontece que as empresas têm uma enorme vantagem sobre os seres vivos, elas podem (e devem) mudar, inovar (palavra da moda na gestão), para se manter vivas mais tempo. Em alguns casos estas mudam inteiramente, até de nome, mas continuam vivas (reencarnação, para quem acredita).

Esta mudança não é fácil, nem de ser efetivada, nem de se identificar a hora para mudar. Quando a natureza permite, a adaptação será gradual, sem traumas e sem sofrimentos, mas no mundo empresarial de hoje, as mudanças estão mais para o que ocorreu com os dinossauros. Todo dia cai um meteoro nas nossas cabeças.

O segredo está em manter os olhos voltados para o céu, a fim de perceber a chegada destes bólidos. Fácil? Dificílimo, pois depende de conhecimento e coragem, qualidades nem sempre presentes na qualidade e quantidade adequadas.

Cabe aos gestores, desenvolver estas habilidades e se cercar de colaboradores que tenham estas mesmas características. Ficou fácil? Não! Continua difícil, mas com possibilidades de sucesso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

UM "ATESTADINHO"

Exitem algumas coisas que são profundamente irritantes para o médico. Solicitações do tipo "dar só uma olhadinha" (consulta virou olhadinha!?) podem demonstrar até falta de respeito pela atividade médica. Outra fonte de dissabores é a solicitação de atestados.

Para quem não sabe o atestado médico é um documento formal, que toda uma previsão legal. Atestar falsamente é crime, podendo levar o médico até para a cadeia.

Declarar que alguém está apto a praticar atividade física sem examiná-lo. Alegar que alguém está impossibilitado de exercer suas atividades, sem ser isto uma verdade. Atestar que um cliente esteve impossibilitado de exercer suas atividades sem tê-lo examinado. Estas são algumas das possibilidades de atestar algo falsamente.

Quando um cliente pede o tal atestado, o médico deve reproduzir a realidade do queé declarado. Se a criança está doente, como dizer que a mãe deve ser dispensada. Alguns clientes pedem o atestado "em nome da mãe". Como seria isto? Atestar que a mãe esteve doente?

O pior é quando o cliente fica aborrecido quando você se nega "dar o atestado". Ou seja, você se nega a cometer, no mínimo, uma irregularidade.

A elaboração do atestado )um ato técnico, que complementa a consulta e, até, o tratamento) é de tamanha importância que a Sociedade Brasileira de Cardiologia está normatizando os atestados para prática de atividade física. A partir do segundo semestre os atestados para academia deverão seguir esta normativa, que deverá ser publicada em breve.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O MINISTRO E O SEXO

Em primeiro lugar quero deixar claro que concordo com o Ministro: sexo faz bem à saúde, seja à saúde fisica, seja à afetiva.

O mais importante para o coração é você estar bem com você mesmo e com quem você convive: esta é a grande mensagem.

Lembro, agora, de um médico, se não me engano gaúcho, que receitava sexo para suas clientes: "fazer sexo a cada oito horas". Lembram? Este médico foi notícia! Criticado e acho que foi até demitido ou suspenso de suas atividades.

E agora: qual a diferença entre as duas recomendações: a do ministro (também médico)e a do profissional em sua atividade diária?

Merece uma avaliação. Enquanto isto ...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

COMO VAI SEU CORAÇÃO

Recentemente um amigo manifestou preocupação com a recente repetição de incidentes de saúde entre nossos conhecidos. Estes incidentes foram da área cardiovascular. Em virtude da preocupação manifestada me sinto na obrigação da fazer alguns comentários.

Em primeiro lugar, as manifestações ocorridas não são um “privilégio” de nosso grupo de amigos. Apenas reflete o que ocorre na população geral, no mundo todo. A chamada “síndrome metabólica” é resultado da modernidade, na qual combinamos PESO ELEVADO, SEDENTARISMO e TABAGISMO. Temperados com estresse, temos a receita certa para transformar nosso coração em uma bomba relógio.

Mas evitar outros eventos entre nós? A receita é simples: mudar hábitos de vida! A primeira coisa a ser feita é procurar um bom clinico geral ou cardiologista e fazer sua avaliação, que deveria ser anual. DUVIDO que a sua esteja em dia! Há diversos estudos mostrando que os homens são negligentes com sua saúde. Basta observar a cintura abdominal de alguns (mesmo os jovens). Para quem não sabe, cintura abdominal acima de 95 cm no homem e 80 cm na mulher é um importante sinal de risco.

Nesta consulta serão avaliados peso, hábitos alimentares, capacidade cardiorespiratória e realizaremos alguns exames laboratoriais, os quais eu torço sempre para estar bem alterados. A pior coisa que pode acontecer, para um individuo acima do peso, sedentário e fumante, é os exames estarem normais, pois este não corrige seus maus hábitos.

Depois desta avaliação sua receita será: comer melhor, fazer atividade física, parar de fumar e beber menos. MOLEZA!

Vamos tentar resumir, em alguns passos. Primeiro: atividade física. Não precisa correr uma maratona. Cinqüenta minutos de caminhada, quatro vezes por semana, já esta de bom tamanho. A caminhada tem que ser continua e em um ritmo que canse um pouco.

Segundo passo: corrigir a alimentação. Bastante verdura. Pouca carne vermelha. Pouca fritura. Frutas duas ou três vezes por dia. Fazer cinco a seis pequenas refeições por dia e não duas imensas. Não encher demais o prato e não repetir. COMER DEVAGAR.

Com estas duas simples mudanças de hábito, teremos uma redução dos riscos de eventos desagradáveis para todos nós. Ah! Não esqueça de ir ao médico uma vez por ano.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OBESIDADE INFANTIL: QUANDO COMEÇA

Um recente estudo de uma universidade americana chegou à conclusão que a obesidade começa na infância. No estudo, 50% dos indivíduos estudados se tornaram obesos antes dos dois anos de idade e 90% antes dos cinco anos. Ou seja, em uma fase da vida na qual alguém os alimenta.

O estudo não tenta explicar os motivos, mas a experiência mostra algumas razões. A primeira é o desmame precoce. Sabe-se que a criança alimentada com leite materno engorda menos que aquelas que usam mamadeira.

O leite materno é o único alimento necessário até os seis meses de idade. A introdução precoce de outros alimentos é outro fator. Principalmente se estes alimentos forem muito calóricos, como os refrigerantes e guloseimas.

O hábito de engrossar a mamadeira também tem forte influência na formação dos obesos. Os pais não se conformam com as mamadeiras (que eles julgam) “ralas”.

Achar que a criança deve comer sempre um pouco mais, faz com que alguns pais façam aquele aviãozinho, para empurrar um pouco mais de comida, criando o hábito de comer além do necessário. Se a criança necessitasse de mais comida ela não pararia de comer.

Ceder quando a criança quer trocar o almoço por uma guloseima ou quer comer aquele salgadinho na hora do lanche também ajuda na criação desta geração obesa, que surgir e crescer.

Assim, algumas dicas:

1- Amamente seu filho.
2- Se for obrigada a usar mamadeira não “engrosse” o leite.
3- Não acostume seu filho com guloseimas.
4- Aprenda a dizer não para seu filho.
5- Não deixa a criança “beliscar”.
6- Não ceda ao “não gosto”.
7- Não faça brincadeiras para a criança comer.
8- Não substitua as refeições.
9- Evite monotonia alimentar.
10- Estimule-o a praticar atividade física desde cedo.

E O MAIS IMPORTANTE: DÊ EXEMPLO.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

“VOSSOS FILHOS NÃO SÃO VOSSOS FILHOS”

Os da minha geração devem lembrar do livro “O PROFETA”, de Gibran Kahlil Gibran, conhecido entre nós como Kalil Gibran, libanês de nascimento, radicado nos EUA.

Neste livro, o tal profeta fala das coisas da vida. Uma passagem me marcou muito, tanto que lembro dela hoje. Justamente a que fala dos filhos. Eu mantinha um quadro, no meu primeiro consultório com este texto.

Segundo a história, em dado momento “uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos." E ele falou:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.”

Minha pretensão era comentar o poema (acho é um poema!?), mas precisa ...

“O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO”

A frase do título, atribuída (e negada) a Charles de Gaulle, causou furor nacionalista quando foi publicada. Mas o que poderíamos dizer de um país em que são elaboradas, publicadas e divulgadas leis que não são aplicadas. Exagero? Absurdo?

Vejamos um exemplo: Lei Seca! Só uma observação: Ubatuba. Praia Grande. Um final de semana de janeiro de 2010. Seis horas da tarde. Milhares de “criminosos” dirigem seus carros impunemente. Ah! Eu estava a pé!

Outro: Perde-se tempo exagerado discutindo se homossexuais podem ou não servir às Forças Armadas, transformando uma questão de cunho pessoal (opção sexual) em caso de segurança nacional. Pior. Julga-se a capacidade de dois oficiais generais por apenas uma questão pontual. Preconceitos de ambas as visões!

Terceiro e motivo principal desta postagem. Uma lâmpada do poste em frente à minha casa esta queimada. Isto sim é um problema de segurança pessoal e familiar. Hoje é domingo, sete de fevereiro de 2010. Tento ligar para a 0800 da bandeirante desde quinta à noite. Liguei dezessete vezes (contei!). Toda vez recebo a informação (gravada) que o tempo de espera será de mais de dez minutos!!!! Acabei de tentar novamente. Domingo, às 13h e 25 min. “O tempo de espera será ....”. De novo a mulherzinha fala comigo. Pode? A Lei do Call Center permite?

Mas o que tem a ver com a seriedade desta grande e prospera Nação? Tem que as Leis são feitas com conotação politiqueira, para manter alguns sob os holofotes da mídia e conseguir uns votos na próxima eleição. A Lei Seca! A Lei dos Call Center! Têm aplicabilidade? São praticáveis do ponto de vista administrativo? Só para constar: concordo com as duas! Tenho dúvidas das intenções do legislador, mas isto é outra história!

Só para lembrar: esta mania de leis inaplicáveis e politiqueiras vem desde a imensa constituição cidadã, começando pelo artigo 196, no qual esta claro que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômica que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Ainda para constar: concordo, obedeço (sempre que posso), já li inteira (a Constituição) e até consulto às vezes, mas que é complicada e extensa demais isto acho que é!

PS.: Acabei de tentar uma queixa no Procon, por meio eletrônico. Encaro esta mensagem: Atendimento Eletrônico
Por um problema técnico este serviço está temporariamente suspenso.


PODE?????????

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A LÓGICA DOS PLANOS DE SAÚDE

Os planos de saúde envolvem três grupos de interessados: as operadoras de planos de saúde, os prestadores de serviço (profissionais de saúde, clínicas, laboratórios e hospitais) e os clientes. Um quarto grupo seria a agência reguladora, a ANS, que não participa diretamente da operação.

O relacionamento entre os três principais grupos envolvidos tem sido cercado pela mais completa animosidade. Os clientes acham que pagam caro (é verdade) por algo que deveria ser gratuito (“...dever do Estado...”). Os prestadores acham que recebem pouco (outra verdade). As operadoras juram que atuam no limite de suas possibilidades (mais uma verdade absoluta). Complicado? MUITO!

Para tentar entender este imbróglio vamos analisar algo básico: QUAL É A LÓGICA DOS PLANOS DE SAÚDE? COMO FUNCIONA (ou deveria funcionar) UMA OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE? Vou iniciar explicando a lógica financeira.

Uma operadora de planos de saúde é uma espécie de gestora dos recursos financeiros de um grupo de pessoas que se cotizam para ter acesso a algo que o Estado é incapaz de suprir a pleno: SAÚDE. Uma observação: a maioria confunde saúde com assistência médica. São complementares, mas diferentes. Mas isto é outro assunto. Voltando à “cotização”.

Quando é paga a mensalidade (salgada) de um plano de saúde, este recurso irá se juntar às demais mensalidades dos outros clientes e formará um montante a ser utilizado por quem precisar, naquele momento, naquele mês, naquele dia. Como em um consórcio.

Notem que a lógica não é a mesma da poupança. O valor que eu pago será utilizado por uma outra pessoa. Não vai sendo guardado, acumulando, para eu usar um dia. Assim, a frase muito ouvida “paguei a vida toda e agora quero usar” não se aplica aqui. As mensalidades que você pagou no correr do tempo, já foi usada para cobrir despesas de outra pessoa. Seu dinheiro já era. Quando você usar um recurso médico, a operadora irá pagar as despesas com o dinheiro pago naquele momento pelos demais clientes. A principal obrigação da operadora é administrar estes recursos com competência, honestidade e transparência.

Existem outros aspectos da operação de planos de saúde, que abordarei em futuros artigos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

QUANDO O DIAGNÓSTICO É “VIROSE”

Uma amiga cliente disse uma vez que “quando o médico não sabe o que o que o paciente tem diz que é uma virose”. Hoje vi na TV um médico dizer que “virose não existe”. Afinal, virose existe? EXISTE SIM. Virose é um termo que significa DOENÇA CAUSADA POR VIRUS.

O sufixo OSE deriva do grego é quer dizer doença ou estado mórbido. Um termo com significado semelhante é ÏASE (AMEBIASE, por exemplo). Mas fiquemos com OSE. Exemplos de palavras onde se usa o sufixo: tuberculose, neurose, psicose, escoliose e VIROSE.

Toda doença causada por vírus será uma virose, mas quando se fala em virose, há a necessidade de especificar qual virose ou qual vírus causa aquela virose. Assim, são viroses: sarampo, rubéola, catapora, AIDS, resfriado, gripe A e por aí vai.

Mas por que se fala tanto em viroses sem especificar qual seria? Em geral as viroses começam com febre, mal-estar geral, falta de apetite, dor no corpo, às vezes náuseas e vômitos. Se o paciente for examinado nesta fase, muitas vezes não apresenta sinais específicos que permitam identificar o vírus ou a localização da doença, daí o médico fala em virose. Está certo ou errado? Está certo! Só que deveria explicar que a doença poderá evoluir após 24 a 48 horas, levando a um diagnóstico especifico.

Um exemplo prático. Existe uma virose conhecida e comum chamada ESTOMATITE. Esta doença inicia com febre alta, que dura até mais que três dias, sem qualquer outro sintoma. Pode aparecer garganta bem vermelha. Após alguns dias surgem diversas aftas, que demoram uns cinco dias para desaparecer. Só nesta fase saberemos que a doença é uma estomatite. Até surgirem as aftas, provavelmente, o cliente receberá o diagnóstico de virose, o que está certo! Uma observação: estoma (também do grego) quer dizer boca. ITE significa inflamação. Daí, ESTOMATITE é inflamação na boca (não no estômago). Melhor que “boquite”, não acha?

A virose do momento (e de todo inicio de verão) é que provoca vômitos e diarréia, podendo levar a uma desidratação. Na verdade esta virose é uma GASTROENTERITE VIRAL. Decifrando: gastro quer dizer estômago, entero é intestino, ite, inflamação. Conclusão: inflamação, provocada por vírus, no estomago e no intestino. Pode ser mais fácil falar só que é uma virose, não é mesmo?

A PANACÉIA DA VERTICALIZAÇÃO (DILEMAS DA SAÚDE SUPLEMENTAR II)

Para quem não está ambientado, o termo “verticalização” significa a constituição de recursos próprios de atendimento, pelas Operadoras de Plano da Saúde. Entenda-se recurso próprio, desde ambulatórios, clínicas, laboratórios, até hospitais de grande porte. O assunto tem sido motivo de discussões e opiniões as mais variadas, na maioria das vezes de forma tendenciosa, sem isenção, seja para opinar a favor, seja contra.

Nos extremos existem os terminantemente contra, na maioria os proprietários de serviços contratados. No outro, os que acham que esta alternativa será a panacéia que resolverá seus problemas de caixa.

Na verdade, com a evolução dos custos da assistência médica, principalmente mo tocante a materiais, medicamentos e exames, aliados à ampliação do Rol de Procedimentos determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a verticalização tornou-se uma excelente alternativa para atender as mudanças do mercado, assim como fazer frente às novas exigências de atendimento.

A comparação que costumo fazer a respeito é com a diferença entre a casa própria e o aluguel. Sou da opinião que se eu tiver grana de sobra, não teria casa própria. Viveria “de aluguel”. O raciocínio é simples: o resultado do rendimento do recurso financeiro empatado na construção, mais o custo da manutenção do prédio (estou falando de casa própria), muitas daria para alugar um belo imóvel ainda sobraria um bom valor. Tudo depende de fazer contas.

Comparando com o recurso próprio: se a operadora tem fluxo de caixa com sobras volumosas, basta terceirizar seus serviços. Como hoje estão todas com muito poucas sobras, a verticalização tornou-se a principal (se não a única) alternativa. A conclusão é: a verticalização não é uma panacéia, mas tornou-se a única alternativa para as operadoras de plano se saúde sobreviverem. Não é mais uma opção.

Devem analisados aspectos diversos, tais como o quanto a operadora pode investir. O volume e tipo de atendimento necessários para o recurso ser viável financeiramente. Mesmo se o recurso tiver fluxo de caixa negativo, que economia ele trará para a operadora com um todo? (Esta questão é muito difícil de ser respondida de forma precisa.)

O dilema, hoje, não é mais se deve-se verticalizar ou não, mas sim dimensionar esta verticalização.

DILEMAS DA SAÚDE SUPLEMENTAR

Foi editado um novo Rol de Procedimentos Médicos, pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isto significa que o número de terapias, cirurgias e atendimentos que as Operadoras de Plano de Saúde disponibilizam a seus clientes será ampliado. Serão mais de setenta novos procedimentos.

A queixa das Operadoras é que elas não poderão repassar os custos ao preço dos planos. Elas alegam que estes preços só serão alterados em maio de 2011. Não vi nenhuma Operadora argumentar que os procedimentos seriam desnecessários ou sem evidência de resultado. A queixa é financeira. E a idéia é repassar aos clientes estes custos.

Primeiro, se os procedimentos são necessários e úteis, porque eles têm que ser impostos pela ANS? Porque as próprias Operadoras não os oferecem ou autorizam espontaneamente?

Outro aspecto é do repasse do custo aos clientes. É a solução mais fácil, menos trabalhosa. Como Presidente de uma Cooperativa Médica, também Operadora de Plano de Saúde, fico envergonhado com esta solução. Antes de tentarmos otimizar nosso atendimento, vamos procurar aumentar os nossos preços?

Outro dia recebi a informação da auditoria que um exame seria negado por não estar no Rol de Procedimentos. O exame foi pedido por um médico cooperado, que é membro do nosso Conselho de Administração! Imagino eu explicando isto ao cliente: “veja bem: o médico é bom, atualizado, mas não posso autorizar o exame, pois não esta no Rol!!!”.

As perguntas: Que médico conhece o Rol? (POUCOS) Na prática clinica antes de solicitar um exame, tenho que consultar o Rol? (ABSURDO). Quem vende o plano comunica ao comprador que existe um Rol? (NUNCA) Qual é papel de uma Operadora de Planos de Saúde: vender planos de saúde (com foco apenas no lucro) ou ser a responsável pela saúde de seus clientes? (Eis a grande questão!!!).

Nós, administradores de operadoras de planos de saúde temos que “rever nossos conceitos”. Precisamos passar, realmente, a ser Gestores de Saúde (da saúde de nossos clientes) no amplo sentido do termo!

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA IDADE

Em dezembro último completei 55 anos de idade ou, segundo minha filha “mais de meio século”. Está certo que, mesmo com mais de meio século, com pressão de 12 por 8 (sem remédios), peso controlado (um pouco acima do ideal), correndo três vezes por semana e fazendo musculação mais três e fazendo todos os exames periódicos previstos para a idade. Ou seja, eu me cuido!

Mas, tenho pouco mais de meio século e isto tem suas vantagens e desvantagens. A principal desvantagem (a meu ver, lógico) é a falta de novidades ou surpresas. Pouca coisa me surpreende na vida, hoje. Comportamentos, violência, desmandos, corrupção, são coisas que já vi e verei muito. Não deixei e não deixarei de me indignar. Isto não podemos perder: a capacidade de nos indignar com o que contraria a ética e a honestidade.

Mas, voltemos à falta de novidades e surpresas. Desde jovem sempre gostei de livros e filmes. Sempre li de tudo, da mais alta à mais baixa qualidade. Assistia todo tipo filme, nos cinemas e vídeo, depois DVD e, hoje, TV por assinatura. O pior filme que já vi foi um tal “O afundamento do Japão”. Uma porcaria! Mas vi!

E a falta de novidade? Hoje, pouca coisa que leio ou assisto tem novidades. Fora as refilmagens. “Eu Sou a Lenda” já tinha visto com Charlton Heston. É igualzinho. Só mudam os efeitos especiais. “O Senhor dos Anéis” não consegui assistir todo. Achei chato!

Frequentemente, quando assisto um filme “inédito”, com meu filho de 12 anos, é muito comum eu antecipar acontecimentos do filme. Meu filho fica irritado, achando que eu já tinha visto o filme e estou de gozação com ele. Fica difícil para ele entender que, algum dia, eu já assisti outro filme ou li um livro com enredo semelhante.

O mesmo fenômeno ocorre quando leio um determinado livro. Parece que já li algo igual no passado. Ainda mais que hoje em dia quase todo livro é escrito como se fosse um roteiro de filme. Ou seja, o autor já escreve com a intenção de vender o roteiro para o cinema.

Como consequencia, tenho assistido muito o canal TCM da TV por assinatura. Só passa filme “velho”. E excelentes. Vou tentar reler Isaac Azimov. Já li a coleção inteira dele. Pelo menos terei certeza que já li ou assisti. Não me sentirei enganado!

COMO ESCOLHER UM MÉDICO

Você tem algum critério para escolher um médico? Eu tenho o hábito de perguntar como o cliente chegou até mim. As respostas predominantes são as que alguém (outro cliente) recomendou. Eventualmente a recomendação é de outro médico. Mas, além da recomendação, que outros critérios o futuro cliente adota?

Na maioria das vezes seguimos a recomendação de alguém e depois depende da empatia entre o cliente e o médico. Na maioria das vezes pouco ou nada é sabido sobre a formação profissional do médico.

Perguntas que poderiam ser feitas: Qual faculdade o médico se formou? Qual seu currículo? Qual o último congresso do qual ele participou? Quanto tempo de formado? Quais suas outras especializações? E por aí afora!

Outras perguntas que não são feitas: Qual a disponibilidade deste profissional para com o cliente? O celular está sempre ligado? Posso ligar à noite? O médico atende fora do horário do consultório? Em caso de “urgência”, como proceder?

Certa vez uma cliente, moça ainda, assim que entrou no consultório, atirou a seguinte pergunta: “Doutor, o senhor tem filhos?” Respondi que sim? Ela: “Qual a idade?” Minha resposta: “Depende! Qual dos quatro? Varia de cinco a vinte e três”. A moça, um pouco assustada com a fartura de minha prole, respondeu: “Então o senhor é pediatra que eu queria! Vai me entender direitinho. Podemos passar para a consulta.”

Não deixa de ser um critério. Um pouco estranho, mas um critério.

E você? Tem algum critério para escolher seu médico?

A PROPÓSITO ...

A propósito de minha postagem intitulada “homeopatia funciona?”, escrevi que como médico “tenho a obrigação de colocar à disposição de meus clientes o melhor dos recursos terapêuticos, que julgar úteis para resolver seus problemas”.

Coincidentemente, no caderno Folha Equilíbrio do Jornal de São Paulo, do dia de hoje, 14 de janeiro de 2010, leio um artigo que fala de “medicina integrativa”, termo que eu desconhecia até agora.

O artigo faz referência a um médico, do Hospital Albert Einstein, Dr. Paulo Tarso de Lima, cirurgião, que é o coordenador do Departamento de Medicina Integrativa deste Hospital.

Da entrevista retiro uma frase do médico: “Se um paciente me diz que faz meditação porque se sente melhor e eu sei que esta pratica é, comprovadamente, excelente para reduzir o estresse e melhorar a pressão, digo que o que lê esta fazendo é fundamental para o tratamento”.

A frase acima reproduziu o que eu escrevi, com outras palavras. Se a prática, não trás riscos para o cliente. Se estimula o auto-cuidado. Se fizer com que aquela pessoa se sinta mais otimista. Se fizer com que tenha fé em algo superior. Se puder auxiliar de qualquer forma, porque irei negar ou inibir a sua utilização.

É a tal medicina holística. Holos quer dizer todo, completo, integral. Não conheço outro tipo de medicina. Entristeço quando um médico atende uma perna, um útero, um ouvido, um olho e esquece que estes órgãos pertencem a um ser humano, que tem seus anseios, suas dúvidas e suas inseguranças.

A hora em que um médico se preocupa apenas com o resultado físico da terapia instituída, sem atentar para os aspectos psicológicos, emocionais e espirituais de seu cliente, ele deixa de ser um profissional da saúde e passa a ser um técnico da doença. Talvez por este motivo tantas pessoas estejam procurando, com seucesso, as tais terapias alternativas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AFINAL, HOMEOPATIA FUNCIONA?

Inúmeras vezes eu ouço esta pergunta! A resposta é simples: se eu não tivesse certeza de que “funciona” eu não faria uso deste tipo de medicamento! Resposta óbvia! Outros comentários, porém, devem ser acrescentados a esta resposta seca.

Inicialmente temos que observar que a homeopatia (assim como a acupuntura) já deixou de ser considerada como medicina “alternativa”, a partir do momento que passaram a ser consideradas especialidades médicas oficiais pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Desta forma não cabe discutir se podemos ou não usar esta forma de tratamento. O CFM e a AMB já decidiram que podemos. A discussão que se impõe é quando e como usar.

Aqui vou dar uma opinião absolutamente pessoal. Comecei a utilizar, como médico, a homeopatia em 1986/87, quando realizei curso de especialização da Associação Paulista de Homeopatia. Procurei o curso mais como curiosidade do que com a intenção de fazer uso das “bolinhas”. Até porque “não acreditava” em sua eficácia.

Após o curso iniciei a prática clinica, no inicio com relutância, pois ainda não havia (como ainda não há) estudos que comprovassem sua eficácia. Com o tempo vi resultados bastante interessantes, para não dizer surpreendentes.

Após mais de vinte anos de prática, quando me perguntam se sou homeopata, digo que sou médico e, como tal, tenho a obrigação de colocar à disposição de meus clientes o melhor dos recursos terapêuticos, que julgar úteis para resolver seus problemas. Isto equivale dizer que me reservo o direito de optar ou não por homeopatia, se eu julgar que não é a melhor opção de tratamento para dada situação.

Respondendo a pergunta do título: SIM, homeopatia funciona, como qualquer terapêutica, se bem indicada e bem utilizada!

domingo, 10 de janeiro de 2010

A MOÇA QUE TINHA PÊNIS

Eu era acadêmico de medicina, acho que do quarto ano. O plantão era em um hospital (não lembro o nome), em Piabetá, perto de Magé, no pé da serra de Petrópolis Piabetá ficava (ou fica) perto de Pau Grande, cidade de Garrincha, e Raiz da Serra.

Éramos três acadêmicos no plantão de sexta à noite. Quem me levou para lá foi o Paulinho, mineiro de Governador Valadares, “sextoanista”, que fazia Faculdade na UFF. Ele era meu amigo do grupo de jovens da Igreja Santuário das Almas de Niterói. Acho que ele, hoje, está na sua cidade e é oftalmologista. Nós três tocávamos o plantão, desde atendimento de “porta” até o atendimento dos internados (muitos). Devia haver um médico responsável, mas não lembro quem era.

Foi numa destas sextas-feiras que entrou uma moça dobrada sobre o próprio abdômen, gritando de dor. Junto com ela, uma senhora, apavorada e gritando mais que a moça, correu na minha direção: “Doutor, acode minha filha, que ela está com problema no pênis”.

Do alto da minha sabedoria dos vinte anos, corrigi de imediato: “Minha Senhora, sua filha não tem pênis”. A mãe olhou feio para mim e retrucou: “Como o Senhor sabe?”. Para mim estava claro: “Porque não é possível”.

A mãe me olhou como se eu fosse o maior imbecil do mundo e disse: “Mas nós nunca operamos para tirar o pênis da minha filha”. Neste ponto eu comecei a achar que estava diante de algum caso de hermafroditismo. Fiz, então, com que a menina deitasse na maca e desafiei à mãe: “Mostre o pênis de sua filha!?”

Quando a mulher estufou o peito e começou a levantar a saia da moça, confesso que fiquei preocupado. Neste ponto a mãe apontou e falou: “O pênis da minha filha esta aí!”.

Fitei, já assustado, a região do baixo ventre e entendi que naquela região não ficava nenhum pênis, mas sim o apêndice.

sábado, 9 de janeiro de 2010

EU OBTIVE PERDÃO!

Agora eu posso dormir tranqüilo! Nos tomos fomos perdoados! Eu fui perdoado! O repúdio que a maioria de nós sentiu (ou você não esta nem aí?) com as imagens da TV, foi devidamente perdoado!
O fato de nós não termos pedido perdão, não tem importância! O fato de nós desejarmos não ver mais este tipo de cena, não interessa! Importa que nós fomos perdoados. Importa que ele vai dormir tranqüilo! Eu não! Continuo indignado!
Fico mais indignado quando vejo que a cena repete. Nós já vimos este filme e veremos muitas outras vezes mais.
Minha revolta se acentua quando percebo que ele ostenta um leve sorriso zombeteiro, de alguém (que se julga) superior a tudo e a todos. Fico mais indignado quando noto um ar de cinismo, como quem tem certeza que sairá impune, como outros e como outras vezes.
O pior é que ele não pediu perdão para nós. Pediu para seus comparsas, digo, colegas. Ele ignorou a nós, que votamos, que pagamos impostos, que trabalhamos, que cumprimos a lei, que temos medo se cometer erros.
Ele vai dormir tranqüilo. Acho até que ele tem certeza que não errou. Para ele (ou eles) tudo isto é normal. Esta é a ética dele(s). As passagens aéreas. Os castelos, com seus anões. Os atos secretos. As rãs. Lembra? Tudo já é coisa do passado. E, para ele(s), tudo é normal. Faz parte da rotina deles.
E nós? Nós podemos dormir tranqüilos, pois ele(s) nos ignoram. O perdão não foi para nós. Nós não existimos para ele(s). De um certa forma acho até bom, pois se o perdão fosse para mim, aí sim eu iria perder o sono. Como não foi, VOU DORMIR TRANQUILO!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PORQUE SOU FÃ DO SÃO PAULO

PORQUE SOU FÃ DO SÃO PAULO

Para ser franco não sou aquele torcedor fiel. Na verdade nem gosto muito de futebol, mas parecia até crime dizer que não ligava para o ludopédio. Quando morava em Niterói, dizia torcer pelo Botafogo, time de Seu Fidélis, meu pai.Quando vim para São Paulo, me senti pressionado a ter um time do Estado. Mas o tal esporte bretão não mexia com meus sentimentos. Até surgiu uma tal seleção de 1982, comandada por um tal de Telê Santana.Aí me descobri fã do Telê. Um cara que fazia um trabalho maravilhoso. Que montou o melhor time do mundo de todos os tempos. Só que perdeu! Naquele famoso Brasil e Itália do Paolo Rossi. Perdeu e daí? Perdeu jogando bonito! Jogando com arte! Jogando com alegria! Assim virei fã do Telê! Como o Telê para mim é cara do Tricolor, virei fã do time.Mas, se não sou ligado em futebol, qual o motivo de elaborar um comentário sobre futebol?Não quero falar de futebol. Quero falar da vida. O exemplo do futebol foi só para dizer que, como em 82, o importante é jogar bonito, com classe, com alegria, com ÉTICA. Mesmo que perca o jogo!Só que aquela seleção não perdeu! Ela foi uma vitoriosa. Qual foi de melhor desempenho? A de 82, que perdeu? Ou aquela seleção de 94, burocrática e campeã? Para mim a de 82, que dava prazer ver jogar.Assim é na vida! Vale o ganhar sempre ou o jogar “bem”!? Quantas pessoas conhecemos que têm sucesso, jogando feio, sem ÉTICA, objetivando apenas o resultado? Quantas conhecemos que são melhores e não ganham tanto, não têm cargos importantes, pois jogam direito! Quantas subornam, corrompem, pressionam? Ou pior: quantas aceitam ser subornadas, corrompidas, pressionadas? E por quê? Dinheiro? Sucesso? Poder? COVARDIA!?!?SOU FÃ DO TELÊ! Os times treinados pelo Telê jogavam bonito, com classe, com alegria, com CORAGEM. Por isso digo que sou São Paulino. Por causa do Telê! E se o Telê fosse técnico do Corinthians? Aí seria demais! Aí eu seria só FÃ DO TELÊ!PS.: LUDOPÉDIO significa ................................... FUTEBOL!

MEU FILHO É ADOLESCENTE: E AGORA?

Só quem tem filhos adolescentes sabe como é difícil lidar com esta importante etapa da vida. Aqueles bebês que eram, até bem pouco tempo, dependentes dos pais, resolvem, de uma hora para outra, achar que podem tudo. Começam a discutir com os pais como se fossem donos da verdade. Deixam de se espelhar nos pais para imitar desconhecidos, adotando comportamentos que, às vezes, chegam a chocar a família.
Qual pai de filho adolescente não conhece a história aí de cima? Não se espantem. Esta é a história natural de todos nós. Nós, adultos, também já agimos assim.
Mas como lidar com este “problema”? Primeiro lembre do “trabalhão” que você deu para seus pais. E não adianta discutir: deu trabalho sim e do mesmo jeito que seu filho esta dando agora e que seus netos darão para seus filhos. E você vai ficar do lado de seus netos.
Mas qual o motivo de esta fase ser assim? “Adolescente: rebelde sem causa”. Sem causa??? Eles estão se descobrindo. Descobrindo o mundo. Aprendendo a ser adultos. E nós tendo nossa autoridade contestada. Perdendo nosso poder e, quem sabe, imaginando que estamos perdendo nossos filhos. E é verdade. È como um ritual de passagem da infância para a vida adulta. È inevitável. E agora, como agir?
Bem, boa parte do que você pode fazer já era para ter sido feito há muito tempo. Ou seja, desde muito pequeno dar uma formação moral e ética adequada, além de muito, muito, muito amor e carinho. Agindo assim, você não irá evitar os conflitos, mas estes acontecerão sem deixar seqüelas. Agindo assim, você terá um canal de comunicação permanentemente aberto entre você e seu eterno neném.
Se você já tem em casa um adolescente que quer ter autonomia Que prefere ir para casa de amigos ao sair do colégio. Que quer passar a tarde com seus colegas. Que não quer mais ir à pizzaria acompanhado de seus pais. Como deve agir? Para responder a esta pergunta que não quer calar, reproduzo parte de artigo publicado na revista “Cérebro e Mente”, de outubro de 2005:
“Que pais não sentem dificuldade de relacionamento com os filhos adolescentes? Um estudo (de Sara Goldstein, professora de psicologia da Universidade de Nova Orleans) sobre as percepções de autonomia na adolescência mostra que muito envolvimento dos pais durante o período é tão problemático quanto pouca atenção. ... Os pesquisadores submeteram 785 adolescentes a um questionário em três ocasiões, durante quatro anos: na sétima série do ensino fundamental, a respeito de sua autonomia social e seu relacionamento com os pais; na oitava, sobre as influências dos colegas; e no último ano, sobre comportamentos problemáticos, como bebida e agressividade. Pré-adolescentes com muita liberdade, que ficavam na casa de um colega após a escola, sem a presença de adultos, por exemplo, foram mais propensos a desenvolver comportamentos de risco. Mas o mesmo se verificou em jovens cujos pais eram excessivamente intrusivos. O desafio, então, é equilibrar controle e liberdade. Por exemplo, permitir aos filhos passar a noite fora de casa, desde que sabendo onde e com quem. Ou permitir que os jovens no início da adolescência escolham atividades supervisionadas depois da escola. Segundo os autores: É importante que os pais façam os adolescentes sentirem que possuem alguma liberdade mas com limite".
Note que nos Estados Unidos, assim como por aqui, a fase de maior dificuldade é entre a sétima e oitava séries. Daí o importante papel das escolas. Será que os educadores estão preparados? Pior, será que nós estamos preparados???
A grande sacada e, ao mesmo tempo grande dificuldade, é conciliar liberdade com vigilância, sem parecer incoerente. Porém só o fato de saber que esta dificuldade é normal, já é um grande passo. Um grande passo, de um difícil, porém rico e gratificante, caminho.

Mauricio Lobosco Werneck – Pediatra e Pai de Adolescente

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"COMEÇAR DE NOVO"

O que vocês fazem no final de ano, além de comer muito (e errado), beber mais que o normal e gastar além do permitido?

Eu dou uma reciclada geral! Dou uma parada em minhas atividades. Revejo meus projetos. Jogo coisas velhas fora. Mudo o guarda-roupa. Ou seja: inicio um verdadeiro novo ano! Faço até aquelas promessas de ano novo.

E revejo as promessas do ano passado. As cumpridas e as não cumpridas! (Este ano eu VOLTO a jogar tênis, MESMO!).

Fazer isto não tem nada de misticismo! Nada mais é do planejar e organizar sua vida. Faço no final de ano como poderia fazer outro dia qualquer. Acontece que nesta época, tudo fica mais propício a este tipo de atividade. Tudo fica mais devagar. Mais preguiçoso! Conheço gente que faz tudo isto no dia de seu aniversário.

E adianta? Para mim sim! Costuma dar certo. Não em 100%, mas o resultado é bem interessante.

Dentre as promessas deste ano, uma estou cumprindo agora: reativar este Blog. Começou como uma brincaderia. Depois achei que seria muita pretensão de minha parte. Daí, eu dei uma parada: o BLOG DO DR WERNECK já tem mais de um ano e eu não escrevia nada.

Bom, agora eu resolvi voltar à ativa. Até porque quem não gostar não precisa ler! (pareceu meio mau educado?). É a democracia da Internet.

Assim, pretendo postar alguns artigos já escritos por mim e outros novos. Sobre assuntos diversos, mas principalmente sobre saúde e qualidade de vida. Se eu embarcar eu outras áreas, me desculpem, mas será pretensão mesmo!

Até breve!

Ah! Um 2010 rico em AMOR, LUZ e PAZ!


QUEM SOU E O QUE PRETENDO

Meu nome é Mauricio Lobosco Werneck, sou médico, formado, em 1977, pela Faculdade de Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Tenho Título de Especialista em Pediatria, pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (1984) e Curso de Especialização em Homeopatia, pela Associação Paulista de Homeopatia (1985/1986). Realizei cursos de Administração Hospitalar e Autogestão de Saúde, tendo exercido diversas funções como gestor de saúde, principalmente como Gestor de Saúde da Escola Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, SP.Fui professor de curso de pré-vestibular e supletivo, por cinco anos, entre 1973 e 1978. Ainda com professor, ministrei aulas de Neuroanatomia, na Faculdade de Fonoaudiologia de Lorena, durante seis anos, entre 1983 e 1989. Hoje sou Diretor Presidente da Unimed de Guaratinguetá, instituição com 25.000 clientes e mais de 200 médicos cooperados. Desde o inicio de minha carreira fui interessado em assuntos referentes à administração, tanto geral quanto de saúde, tendo me envolvido em diversas atividades de gestão, por iniciativa própria. Em todas as atividades acima listadas, procurei aliar a atividade prática com conhecimentos teóricos, por leitura ou cursos, tendo desenvolvido grande habilidade como gestor. Gostaria de destacar minha atividade como Chefe do Serviço de Saúde da Escola de Especialistas de Aeronáutica de Guaratinguetá, setor que contava com cento e trinta profissionais, das mais diversas áreas de saúde e de administração e dez mil clientes cadastrados. A função de Chefia abraçava todas as atividades e não apenas as médicas, cabendo, também, ao gestor coordenar o relacionamento com os hospitais e clínicas conveniadas e com todo o Sistema de Saúde da Aeronáutica, cuja central localiza-se na Cidade do Rio de Janeiro. Deixei o serviço ativo para me dedicar a iniciativa privada, com destaque para a cooperativa médica (Unimed). Assim, hoje me dedico à saúde coletiva, assunto pelo qual sou apaixonado. O que pretendo com este BLOG é apresentar minhas idéias e pensamentos sobre as diversas áreas, principalmente na área de saúde coletiva e promoção da saúde. Espero, assim, ser útil à coletividade, transmitindo meus conhecimentos, acumulados em mais de trinta anos de intensa atividade.