quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

QUANDO O DIAGNÓSTICO É “VIROSE”

Uma amiga cliente disse uma vez que “quando o médico não sabe o que o que o paciente tem diz que é uma virose”. Hoje vi na TV um médico dizer que “virose não existe”. Afinal, virose existe? EXISTE SIM. Virose é um termo que significa DOENÇA CAUSADA POR VIRUS.

O sufixo OSE deriva do grego é quer dizer doença ou estado mórbido. Um termo com significado semelhante é ÏASE (AMEBIASE, por exemplo). Mas fiquemos com OSE. Exemplos de palavras onde se usa o sufixo: tuberculose, neurose, psicose, escoliose e VIROSE.

Toda doença causada por vírus será uma virose, mas quando se fala em virose, há a necessidade de especificar qual virose ou qual vírus causa aquela virose. Assim, são viroses: sarampo, rubéola, catapora, AIDS, resfriado, gripe A e por aí vai.

Mas por que se fala tanto em viroses sem especificar qual seria? Em geral as viroses começam com febre, mal-estar geral, falta de apetite, dor no corpo, às vezes náuseas e vômitos. Se o paciente for examinado nesta fase, muitas vezes não apresenta sinais específicos que permitam identificar o vírus ou a localização da doença, daí o médico fala em virose. Está certo ou errado? Está certo! Só que deveria explicar que a doença poderá evoluir após 24 a 48 horas, levando a um diagnóstico especifico.

Um exemplo prático. Existe uma virose conhecida e comum chamada ESTOMATITE. Esta doença inicia com febre alta, que dura até mais que três dias, sem qualquer outro sintoma. Pode aparecer garganta bem vermelha. Após alguns dias surgem diversas aftas, que demoram uns cinco dias para desaparecer. Só nesta fase saberemos que a doença é uma estomatite. Até surgirem as aftas, provavelmente, o cliente receberá o diagnóstico de virose, o que está certo! Uma observação: estoma (também do grego) quer dizer boca. ITE significa inflamação. Daí, ESTOMATITE é inflamação na boca (não no estômago). Melhor que “boquite”, não acha?

A virose do momento (e de todo inicio de verão) é que provoca vômitos e diarréia, podendo levar a uma desidratação. Na verdade esta virose é uma GASTROENTERITE VIRAL. Decifrando: gastro quer dizer estômago, entero é intestino, ite, inflamação. Conclusão: inflamação, provocada por vírus, no estomago e no intestino. Pode ser mais fácil falar só que é uma virose, não é mesmo?

A PANACÉIA DA VERTICALIZAÇÃO (DILEMAS DA SAÚDE SUPLEMENTAR II)

Para quem não está ambientado, o termo “verticalização” significa a constituição de recursos próprios de atendimento, pelas Operadoras de Plano da Saúde. Entenda-se recurso próprio, desde ambulatórios, clínicas, laboratórios, até hospitais de grande porte. O assunto tem sido motivo de discussões e opiniões as mais variadas, na maioria das vezes de forma tendenciosa, sem isenção, seja para opinar a favor, seja contra.

Nos extremos existem os terminantemente contra, na maioria os proprietários de serviços contratados. No outro, os que acham que esta alternativa será a panacéia que resolverá seus problemas de caixa.

Na verdade, com a evolução dos custos da assistência médica, principalmente mo tocante a materiais, medicamentos e exames, aliados à ampliação do Rol de Procedimentos determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a verticalização tornou-se uma excelente alternativa para atender as mudanças do mercado, assim como fazer frente às novas exigências de atendimento.

A comparação que costumo fazer a respeito é com a diferença entre a casa própria e o aluguel. Sou da opinião que se eu tiver grana de sobra, não teria casa própria. Viveria “de aluguel”. O raciocínio é simples: o resultado do rendimento do recurso financeiro empatado na construção, mais o custo da manutenção do prédio (estou falando de casa própria), muitas daria para alugar um belo imóvel ainda sobraria um bom valor. Tudo depende de fazer contas.

Comparando com o recurso próprio: se a operadora tem fluxo de caixa com sobras volumosas, basta terceirizar seus serviços. Como hoje estão todas com muito poucas sobras, a verticalização tornou-se a principal (se não a única) alternativa. A conclusão é: a verticalização não é uma panacéia, mas tornou-se a única alternativa para as operadoras de plano se saúde sobreviverem. Não é mais uma opção.

Devem analisados aspectos diversos, tais como o quanto a operadora pode investir. O volume e tipo de atendimento necessários para o recurso ser viável financeiramente. Mesmo se o recurso tiver fluxo de caixa negativo, que economia ele trará para a operadora com um todo? (Esta questão é muito difícil de ser respondida de forma precisa.)

O dilema, hoje, não é mais se deve-se verticalizar ou não, mas sim dimensionar esta verticalização.

DILEMAS DA SAÚDE SUPLEMENTAR

Foi editado um novo Rol de Procedimentos Médicos, pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isto significa que o número de terapias, cirurgias e atendimentos que as Operadoras de Plano de Saúde disponibilizam a seus clientes será ampliado. Serão mais de setenta novos procedimentos.

A queixa das Operadoras é que elas não poderão repassar os custos ao preço dos planos. Elas alegam que estes preços só serão alterados em maio de 2011. Não vi nenhuma Operadora argumentar que os procedimentos seriam desnecessários ou sem evidência de resultado. A queixa é financeira. E a idéia é repassar aos clientes estes custos.

Primeiro, se os procedimentos são necessários e úteis, porque eles têm que ser impostos pela ANS? Porque as próprias Operadoras não os oferecem ou autorizam espontaneamente?

Outro aspecto é do repasse do custo aos clientes. É a solução mais fácil, menos trabalhosa. Como Presidente de uma Cooperativa Médica, também Operadora de Plano de Saúde, fico envergonhado com esta solução. Antes de tentarmos otimizar nosso atendimento, vamos procurar aumentar os nossos preços?

Outro dia recebi a informação da auditoria que um exame seria negado por não estar no Rol de Procedimentos. O exame foi pedido por um médico cooperado, que é membro do nosso Conselho de Administração! Imagino eu explicando isto ao cliente: “veja bem: o médico é bom, atualizado, mas não posso autorizar o exame, pois não esta no Rol!!!”.

As perguntas: Que médico conhece o Rol? (POUCOS) Na prática clinica antes de solicitar um exame, tenho que consultar o Rol? (ABSURDO). Quem vende o plano comunica ao comprador que existe um Rol? (NUNCA) Qual é papel de uma Operadora de Planos de Saúde: vender planos de saúde (com foco apenas no lucro) ou ser a responsável pela saúde de seus clientes? (Eis a grande questão!!!).

Nós, administradores de operadoras de planos de saúde temos que “rever nossos conceitos”. Precisamos passar, realmente, a ser Gestores de Saúde (da saúde de nossos clientes) no amplo sentido do termo!

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA IDADE

Em dezembro último completei 55 anos de idade ou, segundo minha filha “mais de meio século”. Está certo que, mesmo com mais de meio século, com pressão de 12 por 8 (sem remédios), peso controlado (um pouco acima do ideal), correndo três vezes por semana e fazendo musculação mais três e fazendo todos os exames periódicos previstos para a idade. Ou seja, eu me cuido!

Mas, tenho pouco mais de meio século e isto tem suas vantagens e desvantagens. A principal desvantagem (a meu ver, lógico) é a falta de novidades ou surpresas. Pouca coisa me surpreende na vida, hoje. Comportamentos, violência, desmandos, corrupção, são coisas que já vi e verei muito. Não deixei e não deixarei de me indignar. Isto não podemos perder: a capacidade de nos indignar com o que contraria a ética e a honestidade.

Mas, voltemos à falta de novidades e surpresas. Desde jovem sempre gostei de livros e filmes. Sempre li de tudo, da mais alta à mais baixa qualidade. Assistia todo tipo filme, nos cinemas e vídeo, depois DVD e, hoje, TV por assinatura. O pior filme que já vi foi um tal “O afundamento do Japão”. Uma porcaria! Mas vi!

E a falta de novidade? Hoje, pouca coisa que leio ou assisto tem novidades. Fora as refilmagens. “Eu Sou a Lenda” já tinha visto com Charlton Heston. É igualzinho. Só mudam os efeitos especiais. “O Senhor dos Anéis” não consegui assistir todo. Achei chato!

Frequentemente, quando assisto um filme “inédito”, com meu filho de 12 anos, é muito comum eu antecipar acontecimentos do filme. Meu filho fica irritado, achando que eu já tinha visto o filme e estou de gozação com ele. Fica difícil para ele entender que, algum dia, eu já assisti outro filme ou li um livro com enredo semelhante.

O mesmo fenômeno ocorre quando leio um determinado livro. Parece que já li algo igual no passado. Ainda mais que hoje em dia quase todo livro é escrito como se fosse um roteiro de filme. Ou seja, o autor já escreve com a intenção de vender o roteiro para o cinema.

Como consequencia, tenho assistido muito o canal TCM da TV por assinatura. Só passa filme “velho”. E excelentes. Vou tentar reler Isaac Azimov. Já li a coleção inteira dele. Pelo menos terei certeza que já li ou assisti. Não me sentirei enganado!

COMO ESCOLHER UM MÉDICO

Você tem algum critério para escolher um médico? Eu tenho o hábito de perguntar como o cliente chegou até mim. As respostas predominantes são as que alguém (outro cliente) recomendou. Eventualmente a recomendação é de outro médico. Mas, além da recomendação, que outros critérios o futuro cliente adota?

Na maioria das vezes seguimos a recomendação de alguém e depois depende da empatia entre o cliente e o médico. Na maioria das vezes pouco ou nada é sabido sobre a formação profissional do médico.

Perguntas que poderiam ser feitas: Qual faculdade o médico se formou? Qual seu currículo? Qual o último congresso do qual ele participou? Quanto tempo de formado? Quais suas outras especializações? E por aí afora!

Outras perguntas que não são feitas: Qual a disponibilidade deste profissional para com o cliente? O celular está sempre ligado? Posso ligar à noite? O médico atende fora do horário do consultório? Em caso de “urgência”, como proceder?

Certa vez uma cliente, moça ainda, assim que entrou no consultório, atirou a seguinte pergunta: “Doutor, o senhor tem filhos?” Respondi que sim? Ela: “Qual a idade?” Minha resposta: “Depende! Qual dos quatro? Varia de cinco a vinte e três”. A moça, um pouco assustada com a fartura de minha prole, respondeu: “Então o senhor é pediatra que eu queria! Vai me entender direitinho. Podemos passar para a consulta.”

Não deixa de ser um critério. Um pouco estranho, mas um critério.

E você? Tem algum critério para escolher seu médico?

A PROPÓSITO ...

A propósito de minha postagem intitulada “homeopatia funciona?”, escrevi que como médico “tenho a obrigação de colocar à disposição de meus clientes o melhor dos recursos terapêuticos, que julgar úteis para resolver seus problemas”.

Coincidentemente, no caderno Folha Equilíbrio do Jornal de São Paulo, do dia de hoje, 14 de janeiro de 2010, leio um artigo que fala de “medicina integrativa”, termo que eu desconhecia até agora.

O artigo faz referência a um médico, do Hospital Albert Einstein, Dr. Paulo Tarso de Lima, cirurgião, que é o coordenador do Departamento de Medicina Integrativa deste Hospital.

Da entrevista retiro uma frase do médico: “Se um paciente me diz que faz meditação porque se sente melhor e eu sei que esta pratica é, comprovadamente, excelente para reduzir o estresse e melhorar a pressão, digo que o que lê esta fazendo é fundamental para o tratamento”.

A frase acima reproduziu o que eu escrevi, com outras palavras. Se a prática, não trás riscos para o cliente. Se estimula o auto-cuidado. Se fizer com que aquela pessoa se sinta mais otimista. Se fizer com que tenha fé em algo superior. Se puder auxiliar de qualquer forma, porque irei negar ou inibir a sua utilização.

É a tal medicina holística. Holos quer dizer todo, completo, integral. Não conheço outro tipo de medicina. Entristeço quando um médico atende uma perna, um útero, um ouvido, um olho e esquece que estes órgãos pertencem a um ser humano, que tem seus anseios, suas dúvidas e suas inseguranças.

A hora em que um médico se preocupa apenas com o resultado físico da terapia instituída, sem atentar para os aspectos psicológicos, emocionais e espirituais de seu cliente, ele deixa de ser um profissional da saúde e passa a ser um técnico da doença. Talvez por este motivo tantas pessoas estejam procurando, com seucesso, as tais terapias alternativas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AFINAL, HOMEOPATIA FUNCIONA?

Inúmeras vezes eu ouço esta pergunta! A resposta é simples: se eu não tivesse certeza de que “funciona” eu não faria uso deste tipo de medicamento! Resposta óbvia! Outros comentários, porém, devem ser acrescentados a esta resposta seca.

Inicialmente temos que observar que a homeopatia (assim como a acupuntura) já deixou de ser considerada como medicina “alternativa”, a partir do momento que passaram a ser consideradas especialidades médicas oficiais pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Desta forma não cabe discutir se podemos ou não usar esta forma de tratamento. O CFM e a AMB já decidiram que podemos. A discussão que se impõe é quando e como usar.

Aqui vou dar uma opinião absolutamente pessoal. Comecei a utilizar, como médico, a homeopatia em 1986/87, quando realizei curso de especialização da Associação Paulista de Homeopatia. Procurei o curso mais como curiosidade do que com a intenção de fazer uso das “bolinhas”. Até porque “não acreditava” em sua eficácia.

Após o curso iniciei a prática clinica, no inicio com relutância, pois ainda não havia (como ainda não há) estudos que comprovassem sua eficácia. Com o tempo vi resultados bastante interessantes, para não dizer surpreendentes.

Após mais de vinte anos de prática, quando me perguntam se sou homeopata, digo que sou médico e, como tal, tenho a obrigação de colocar à disposição de meus clientes o melhor dos recursos terapêuticos, que julgar úteis para resolver seus problemas. Isto equivale dizer que me reservo o direito de optar ou não por homeopatia, se eu julgar que não é a melhor opção de tratamento para dada situação.

Respondendo a pergunta do título: SIM, homeopatia funciona, como qualquer terapêutica, se bem indicada e bem utilizada!

domingo, 10 de janeiro de 2010

A MOÇA QUE TINHA PÊNIS

Eu era acadêmico de medicina, acho que do quarto ano. O plantão era em um hospital (não lembro o nome), em Piabetá, perto de Magé, no pé da serra de Petrópolis Piabetá ficava (ou fica) perto de Pau Grande, cidade de Garrincha, e Raiz da Serra.

Éramos três acadêmicos no plantão de sexta à noite. Quem me levou para lá foi o Paulinho, mineiro de Governador Valadares, “sextoanista”, que fazia Faculdade na UFF. Ele era meu amigo do grupo de jovens da Igreja Santuário das Almas de Niterói. Acho que ele, hoje, está na sua cidade e é oftalmologista. Nós três tocávamos o plantão, desde atendimento de “porta” até o atendimento dos internados (muitos). Devia haver um médico responsável, mas não lembro quem era.

Foi numa destas sextas-feiras que entrou uma moça dobrada sobre o próprio abdômen, gritando de dor. Junto com ela, uma senhora, apavorada e gritando mais que a moça, correu na minha direção: “Doutor, acode minha filha, que ela está com problema no pênis”.

Do alto da minha sabedoria dos vinte anos, corrigi de imediato: “Minha Senhora, sua filha não tem pênis”. A mãe olhou feio para mim e retrucou: “Como o Senhor sabe?”. Para mim estava claro: “Porque não é possível”.

A mãe me olhou como se eu fosse o maior imbecil do mundo e disse: “Mas nós nunca operamos para tirar o pênis da minha filha”. Neste ponto eu comecei a achar que estava diante de algum caso de hermafroditismo. Fiz, então, com que a menina deitasse na maca e desafiei à mãe: “Mostre o pênis de sua filha!?”

Quando a mulher estufou o peito e começou a levantar a saia da moça, confesso que fiquei preocupado. Neste ponto a mãe apontou e falou: “O pênis da minha filha esta aí!”.

Fitei, já assustado, a região do baixo ventre e entendi que naquela região não ficava nenhum pênis, mas sim o apêndice.

sábado, 9 de janeiro de 2010

EU OBTIVE PERDÃO!

Agora eu posso dormir tranqüilo! Nos tomos fomos perdoados! Eu fui perdoado! O repúdio que a maioria de nós sentiu (ou você não esta nem aí?) com as imagens da TV, foi devidamente perdoado!
O fato de nós não termos pedido perdão, não tem importância! O fato de nós desejarmos não ver mais este tipo de cena, não interessa! Importa que nós fomos perdoados. Importa que ele vai dormir tranqüilo! Eu não! Continuo indignado!
Fico mais indignado quando vejo que a cena repete. Nós já vimos este filme e veremos muitas outras vezes mais.
Minha revolta se acentua quando percebo que ele ostenta um leve sorriso zombeteiro, de alguém (que se julga) superior a tudo e a todos. Fico mais indignado quando noto um ar de cinismo, como quem tem certeza que sairá impune, como outros e como outras vezes.
O pior é que ele não pediu perdão para nós. Pediu para seus comparsas, digo, colegas. Ele ignorou a nós, que votamos, que pagamos impostos, que trabalhamos, que cumprimos a lei, que temos medo se cometer erros.
Ele vai dormir tranqüilo. Acho até que ele tem certeza que não errou. Para ele (ou eles) tudo isto é normal. Esta é a ética dele(s). As passagens aéreas. Os castelos, com seus anões. Os atos secretos. As rãs. Lembra? Tudo já é coisa do passado. E, para ele(s), tudo é normal. Faz parte da rotina deles.
E nós? Nós podemos dormir tranqüilos, pois ele(s) nos ignoram. O perdão não foi para nós. Nós não existimos para ele(s). De um certa forma acho até bom, pois se o perdão fosse para mim, aí sim eu iria perder o sono. Como não foi, VOU DORMIR TRANQUILO!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PORQUE SOU FÃ DO SÃO PAULO

PORQUE SOU FÃ DO SÃO PAULO

Para ser franco não sou aquele torcedor fiel. Na verdade nem gosto muito de futebol, mas parecia até crime dizer que não ligava para o ludopédio. Quando morava em Niterói, dizia torcer pelo Botafogo, time de Seu Fidélis, meu pai.Quando vim para São Paulo, me senti pressionado a ter um time do Estado. Mas o tal esporte bretão não mexia com meus sentimentos. Até surgiu uma tal seleção de 1982, comandada por um tal de Telê Santana.Aí me descobri fã do Telê. Um cara que fazia um trabalho maravilhoso. Que montou o melhor time do mundo de todos os tempos. Só que perdeu! Naquele famoso Brasil e Itália do Paolo Rossi. Perdeu e daí? Perdeu jogando bonito! Jogando com arte! Jogando com alegria! Assim virei fã do Telê! Como o Telê para mim é cara do Tricolor, virei fã do time.Mas, se não sou ligado em futebol, qual o motivo de elaborar um comentário sobre futebol?Não quero falar de futebol. Quero falar da vida. O exemplo do futebol foi só para dizer que, como em 82, o importante é jogar bonito, com classe, com alegria, com ÉTICA. Mesmo que perca o jogo!Só que aquela seleção não perdeu! Ela foi uma vitoriosa. Qual foi de melhor desempenho? A de 82, que perdeu? Ou aquela seleção de 94, burocrática e campeã? Para mim a de 82, que dava prazer ver jogar.Assim é na vida! Vale o ganhar sempre ou o jogar “bem”!? Quantas pessoas conhecemos que têm sucesso, jogando feio, sem ÉTICA, objetivando apenas o resultado? Quantas conhecemos que são melhores e não ganham tanto, não têm cargos importantes, pois jogam direito! Quantas subornam, corrompem, pressionam? Ou pior: quantas aceitam ser subornadas, corrompidas, pressionadas? E por quê? Dinheiro? Sucesso? Poder? COVARDIA!?!?SOU FÃ DO TELÊ! Os times treinados pelo Telê jogavam bonito, com classe, com alegria, com CORAGEM. Por isso digo que sou São Paulino. Por causa do Telê! E se o Telê fosse técnico do Corinthians? Aí seria demais! Aí eu seria só FÃ DO TELÊ!PS.: LUDOPÉDIO significa ................................... FUTEBOL!

MEU FILHO É ADOLESCENTE: E AGORA?

Só quem tem filhos adolescentes sabe como é difícil lidar com esta importante etapa da vida. Aqueles bebês que eram, até bem pouco tempo, dependentes dos pais, resolvem, de uma hora para outra, achar que podem tudo. Começam a discutir com os pais como se fossem donos da verdade. Deixam de se espelhar nos pais para imitar desconhecidos, adotando comportamentos que, às vezes, chegam a chocar a família.
Qual pai de filho adolescente não conhece a história aí de cima? Não se espantem. Esta é a história natural de todos nós. Nós, adultos, também já agimos assim.
Mas como lidar com este “problema”? Primeiro lembre do “trabalhão” que você deu para seus pais. E não adianta discutir: deu trabalho sim e do mesmo jeito que seu filho esta dando agora e que seus netos darão para seus filhos. E você vai ficar do lado de seus netos.
Mas qual o motivo de esta fase ser assim? “Adolescente: rebelde sem causa”. Sem causa??? Eles estão se descobrindo. Descobrindo o mundo. Aprendendo a ser adultos. E nós tendo nossa autoridade contestada. Perdendo nosso poder e, quem sabe, imaginando que estamos perdendo nossos filhos. E é verdade. È como um ritual de passagem da infância para a vida adulta. È inevitável. E agora, como agir?
Bem, boa parte do que você pode fazer já era para ter sido feito há muito tempo. Ou seja, desde muito pequeno dar uma formação moral e ética adequada, além de muito, muito, muito amor e carinho. Agindo assim, você não irá evitar os conflitos, mas estes acontecerão sem deixar seqüelas. Agindo assim, você terá um canal de comunicação permanentemente aberto entre você e seu eterno neném.
Se você já tem em casa um adolescente que quer ter autonomia Que prefere ir para casa de amigos ao sair do colégio. Que quer passar a tarde com seus colegas. Que não quer mais ir à pizzaria acompanhado de seus pais. Como deve agir? Para responder a esta pergunta que não quer calar, reproduzo parte de artigo publicado na revista “Cérebro e Mente”, de outubro de 2005:
“Que pais não sentem dificuldade de relacionamento com os filhos adolescentes? Um estudo (de Sara Goldstein, professora de psicologia da Universidade de Nova Orleans) sobre as percepções de autonomia na adolescência mostra que muito envolvimento dos pais durante o período é tão problemático quanto pouca atenção. ... Os pesquisadores submeteram 785 adolescentes a um questionário em três ocasiões, durante quatro anos: na sétima série do ensino fundamental, a respeito de sua autonomia social e seu relacionamento com os pais; na oitava, sobre as influências dos colegas; e no último ano, sobre comportamentos problemáticos, como bebida e agressividade. Pré-adolescentes com muita liberdade, que ficavam na casa de um colega após a escola, sem a presença de adultos, por exemplo, foram mais propensos a desenvolver comportamentos de risco. Mas o mesmo se verificou em jovens cujos pais eram excessivamente intrusivos. O desafio, então, é equilibrar controle e liberdade. Por exemplo, permitir aos filhos passar a noite fora de casa, desde que sabendo onde e com quem. Ou permitir que os jovens no início da adolescência escolham atividades supervisionadas depois da escola. Segundo os autores: É importante que os pais façam os adolescentes sentirem que possuem alguma liberdade mas com limite".
Note que nos Estados Unidos, assim como por aqui, a fase de maior dificuldade é entre a sétima e oitava séries. Daí o importante papel das escolas. Será que os educadores estão preparados? Pior, será que nós estamos preparados???
A grande sacada e, ao mesmo tempo grande dificuldade, é conciliar liberdade com vigilância, sem parecer incoerente. Porém só o fato de saber que esta dificuldade é normal, já é um grande passo. Um grande passo, de um difícil, porém rico e gratificante, caminho.

Mauricio Lobosco Werneck – Pediatra e Pai de Adolescente

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"COMEÇAR DE NOVO"

O que vocês fazem no final de ano, além de comer muito (e errado), beber mais que o normal e gastar além do permitido?

Eu dou uma reciclada geral! Dou uma parada em minhas atividades. Revejo meus projetos. Jogo coisas velhas fora. Mudo o guarda-roupa. Ou seja: inicio um verdadeiro novo ano! Faço até aquelas promessas de ano novo.

E revejo as promessas do ano passado. As cumpridas e as não cumpridas! (Este ano eu VOLTO a jogar tênis, MESMO!).

Fazer isto não tem nada de misticismo! Nada mais é do planejar e organizar sua vida. Faço no final de ano como poderia fazer outro dia qualquer. Acontece que nesta época, tudo fica mais propício a este tipo de atividade. Tudo fica mais devagar. Mais preguiçoso! Conheço gente que faz tudo isto no dia de seu aniversário.

E adianta? Para mim sim! Costuma dar certo. Não em 100%, mas o resultado é bem interessante.

Dentre as promessas deste ano, uma estou cumprindo agora: reativar este Blog. Começou como uma brincaderia. Depois achei que seria muita pretensão de minha parte. Daí, eu dei uma parada: o BLOG DO DR WERNECK já tem mais de um ano e eu não escrevia nada.

Bom, agora eu resolvi voltar à ativa. Até porque quem não gostar não precisa ler! (pareceu meio mau educado?). É a democracia da Internet.

Assim, pretendo postar alguns artigos já escritos por mim e outros novos. Sobre assuntos diversos, mas principalmente sobre saúde e qualidade de vida. Se eu embarcar eu outras áreas, me desculpem, mas será pretensão mesmo!

Até breve!

Ah! Um 2010 rico em AMOR, LUZ e PAZ!


QUEM SOU E O QUE PRETENDO

Meu nome é Mauricio Lobosco Werneck, sou médico, formado, em 1977, pela Faculdade de Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Tenho Título de Especialista em Pediatria, pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (1984) e Curso de Especialização em Homeopatia, pela Associação Paulista de Homeopatia (1985/1986). Realizei cursos de Administração Hospitalar e Autogestão de Saúde, tendo exercido diversas funções como gestor de saúde, principalmente como Gestor de Saúde da Escola Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, SP.Fui professor de curso de pré-vestibular e supletivo, por cinco anos, entre 1973 e 1978. Ainda com professor, ministrei aulas de Neuroanatomia, na Faculdade de Fonoaudiologia de Lorena, durante seis anos, entre 1983 e 1989. Hoje sou Diretor Presidente da Unimed de Guaratinguetá, instituição com 25.000 clientes e mais de 200 médicos cooperados. Desde o inicio de minha carreira fui interessado em assuntos referentes à administração, tanto geral quanto de saúde, tendo me envolvido em diversas atividades de gestão, por iniciativa própria. Em todas as atividades acima listadas, procurei aliar a atividade prática com conhecimentos teóricos, por leitura ou cursos, tendo desenvolvido grande habilidade como gestor. Gostaria de destacar minha atividade como Chefe do Serviço de Saúde da Escola de Especialistas de Aeronáutica de Guaratinguetá, setor que contava com cento e trinta profissionais, das mais diversas áreas de saúde e de administração e dez mil clientes cadastrados. A função de Chefia abraçava todas as atividades e não apenas as médicas, cabendo, também, ao gestor coordenar o relacionamento com os hospitais e clínicas conveniadas e com todo o Sistema de Saúde da Aeronáutica, cuja central localiza-se na Cidade do Rio de Janeiro. Deixei o serviço ativo para me dedicar a iniciativa privada, com destaque para a cooperativa médica (Unimed). Assim, hoje me dedico à saúde coletiva, assunto pelo qual sou apaixonado. O que pretendo com este BLOG é apresentar minhas idéias e pensamentos sobre as diversas áreas, principalmente na área de saúde coletiva e promoção da saúde. Espero, assim, ser útil à coletividade, transmitindo meus conhecimentos, acumulados em mais de trinta anos de intensa atividade.